1. |
Premissa
01:07
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Humilde, aceso o canto.
Parcas as palavras,
Não rezam a história,
A discórdia pendente.
Eu quis ser mais sol que luz,
Eu quis ver mas tu também.
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2. |
Discórdia
04:06
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Eu por cá, fui o maior dos vencedores.
Mas já não dá, agora só um perdedor,
E sobra um, um no final.
Mas é rara a cara que me faça ver,
Quem sou.
A vida parte,
E eu não sei,
O lado bom
De ser ninguém.
Do sangue vai,
E porquê?
O lado mau
De ser alguém.
E quem não quer ser
Como eu,
Afinal?
Trocar o sonho de ser
Como tu,
Mas porquê?
Agora,
Discorda
Soubesse eu,
Mudar.
A noite chora
O que o dia rouba
E eu fico sem
Poder ouvir.
O tempo esgota
E o espelho gosta,
O meu reflexo
Na memória.
Tocar a pele,
Trocar a pele
Pois eu só quero ver
como tu no final.
Tocar a pele.
Agora sou o primeiro a saber,
A parte, o pedaço, a quimera
Do teu ser.
Resta ver quem ficou p'ra ver
Mas eu sou a discordia do final feliz.
Agora,
Discorda
Soubesse eu,
Mudar.
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3. |
Diabo Na Mão
02:52
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Por mais que tenhas razão
Eu não estou cá p'ra te ouvir
Tens o diabo na mão
Um caminho a seguir
Tudo o que eu quero ser
Tu não tens que seguir
Ouve isto em primeira mão
Que eu não vou repetir
Se nem te dignas a ver
Então eu passo a citar
E nem te atrevas a ouvir
Quando eu não estiver a olhar
O ritmo nunca parou
Tal como eu nunca parei
Por mais que tenhas razão
Calou. Calou.
Esta noite
Tens o diabo na mão.
A corda está p'ra esticar
Consente e cala uma vez,
Mais vale um rato na mão
Do que três a falar.
Eu não estou cá p'ra te ouvir
Calou, Calou.
Esta noite
Tens o diabo na mão.
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4. |
Gato Morto
03:58
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Gato morto lá na estrada
Foi corrido à pedrada
Nem à mãe disse adeus.
Do básico ao xadrez
Nem homem se fez
Sete vidas de cão.
Perde o fio à manada
Pega o cio à carneirada
Cria vida indesejada.
Ó mãe fui eu,
Ó mãe fui eu quem te fez:
Fez chorar.
Agreste com a bicharada
Um miado, uma piada
Uma fraude planeada.
Tenta a sorte noutro sítio
Simpático no início,
Conta de fio a pavío.
A vida foi bem madastra
Tenta assim a compaixão
Indo ao fundo do coração.
Ó mãe fui eu,
Ó mãe fui eu quem te fez:
Fez chorar.
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5. |
Império Intendente
02:38
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As luzes dão para o sinal
O dia corre longo e um pouco normal
Pela noite fora, sem pensar
Tu és uma castiça de pernas pró ar.
Eu sou o rei da borga, o deus da virtude
Um gajo mau com pouca atitude
O dia corre claro e pouco escuro
Um tiro pró ar, uma metáfora, um furo
Porque sou assim?
É difícil, é difícil ser normal.
Capricha bem na sola siga urbanizar
Império Intendente como vou lá parar?
Do bairro para a cova, da cova pró lar
Sim sim senhor há mistério no ar.
Chega a mão ao bolso em busca dum cigarro mais maduro
Eu tenho o que precisas num formato mais duro
A rua é minha casa, eu vim pra ficar
Silêncio já não pega diz-me onde virar.
Porque sou assim?
Já fugi daqui.
É dificil, é difícil ser normal.
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6. |
O Corpo
03:28
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Passei, o último
Lembrei-me de vir mais cedo
Escrevi para um único
Com pouca sede.
Agora sou mais uma vez
Um corpo, um animal que alguém me fez.
Sangue meu sobre o teu papel
No fim dum sonho que era meu.
E mesmo assim
Isto é só para ver
Tens o diabo na mão
E o diabo a ver.
Agora sou mais uma vez
A ilusão, o rosto que alguém me fez
Sangue teu sobre a minha pele
E mesmo assim
Isto é só para ver
Tens o diabo na mão
E o diabo a ver.
Uma luta pelo final
(Tens o diabo na mão)
Eu sou quem tu queres ver
Um amor, um olhar tonal
(Tens o diabo na mão)
Coração, sangue a ferver.
E mesmo assim
Isto é só para ver
Tens o diabo na mão
E o diabo a ver.
E mesmo assim
(E mesmo assim)
Isto é só para ver
Tens o diabo na mão
E o diabo a ver.
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7. |
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Queria eu puder saber
A hora certa e o dia
Desde a última vez,
E se eu contar pelos dedos
Todos os "porquês",
Não paga a cara nem a dívida
Que ficou por pagar.
Já tá pago,
Já é hora,
Já vais tarde,
Sem demora.
Reza o vento,
Péla, acorda,
Uma sombra,
Sem vergonha.
Leva o castigo
Contigo p'ra trás
Aonde estou,
Modéstia à parte,
Eu chego ao fim.
E quem eu sou,
Um homem nobre,
Que acaba aqui.
Um homem nobre à procura de paz e sossego,
Dificuldades na vida obrigaram a sentir o sabor do vento.
Desemprego é o contratempo, crise pr'a mim não tem fundamento,
Vivemos na sombra de quem controla todo o meu subornamento.
Se pr'a mim não dá, pr'a ti não dá então acaba aqui,
Está pr'a nascer o dia em que irei pagar pelo pão que não comi.
A dívida já tá paga, o que não tá pago é a desilusão,
Sintomas apontam pr'a mais uma grande depressão.
Se não estás a par do que se passa então não dás valor à vida,
Nem falo da pomba branca que está cada vez mais encardida,
Está cada vez mais desiludida,
Está cada vez mais ofendida,
Bandeira que está estendida, está cada vez menos compreendida.
Que pátria é esta, contesta cada vez que tem uma chance?
Sinto que vou fazer uma loucura a qualquer instante,
Leva o castigo contigo é tudo o que eu te digo,
Não queiras ver este homem nobre como teu inimigo.
Aonde estou,
Modéstia à parte,
Eu chego ao fim.
E quem eu sou,
Um homem nobre,
Que acaba aqui.
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